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segunda-feira, 5 de março de 2012

O cansaço do Sol

Um dia o Sol se cansou de seu trabalho de milhões de anos...

Praticamente dando as mesmas voltas sem muito se perguntar por que? Trabalhava, né? "Vamo indo", ele dizia.
Iluminando sempre os mesmos erros, se cansou das especulações de como será o tempo do dia seguinte ou as imprecisas previsões de meteorologistas.
Cansou de correr atrás da lua e nem sabia por que fazia isso.


Vai e vem, se cansou das analogias, dos esboços e das caricaturas que lhe faziam, assim com esta que está lendo agora. Sempre por demais incoerentes.
Viu promessas do eterno amor escritas na areia. Tão eternas como palavras escritas beira mar que o próprio mar cuidou de levar no instante seguinte.

Ficava triste quando tinha que ir embora para noite chegar. Não por causa de uma lenda inventada sobre seu amor com a Lua, mas sim por que sabia que quem iluminaria a noite seria uma pecinha minúscula chamada televisão, muito mais do que um pobre e solitário poste de rua.

É, ou era, ninguém sabe, ou ninguém mais quis saber, muito vaidoso. Gostava da areia que refletia seu calor. E não entendia como aquelas crianças brincando se tornavam o que se tornavam noutro dia.
Alguma coisa estava mudando. Cada dia sentia mais frio, se contentava com menos, mas ele não sabia responder.


Sua esperança era a Terra que estava sempre à vista, mas nunca conseguiu agradar todo mundo. Caras feias faziam pra ele. "E ainda tem gente que acha que de longe tudo parece bonito", dizia...

Por muito tempo não pôde se achar o centro das atenções, mas todo mundo olhava desconfiado para ele. Enquanto isso, via tudo em volta do seu nariz. Quando deram o braço a torcer, já ninguém mais olhava. Coitado...


Cansou de ser culpado de tudo. Foi-se um dia com a promessa de não voltar, mas não aguentou e voltou com a esperança de ver se algo tinha mudado... Pobre sol, dizem que há muitos anos faz a mesma coisa. Todos os dias da semana.

O dia começa. Tudo novo. O primeiro capítulo de uma história sem fim...

Um texto baseado no meu primeiro disco que lançarei este ano;
Terra à Vista: O primeiro Capítulo de uma história sem fim
André DeMarco

* 1ª Foto: Colorir.com
* 2ª Foto: Blog Lua e Sol
* 3ª Foto: Baixaki

2 comentários:

Ricardo Maciel disse...

Músico multiinstrumentista, clown, cantor, compositor, arranjador, produtor, criador e agora escritor.

Não me canso de admirar seu talento, meu amigo.

Você merece o mundo inteiro.

Unknown disse...

Dé, querido e amado!
Fiquei encantada e radiante com sua poesia!

Engraçado que durante a leitura imaginava te escutar ditando essas rimas... e pra minha surpresa, somente teu olhar me vinha à mente...

Sei não, acho que sua persona-poeta precisa deixar a timidez de lado ;)

ADOREI

Bjo